quarta-feira, 15 de junho de 2016

Era pra me divertir, mas virou um pesadelo.


Quantas horas demoramos na frente do espelho nos arrumando para sair lindas e encontrar os amigos para se divertir naquela balada mais gostosa da cidade? Em momento nenhum visto minha roupa pensando no que os outros irão pensar e sim sempre em como estou linda naquela roupa, se estou me sentindo bem e sim se estou me sentindo sexy para paquerar aquele gatinho lindo que estou de olho a muito tempo, e em um belo sábado não foi diferente.

A noite estava sendo ótima até a hora de ir embora, infelizmente o gatinho não foi, mas tudo bem valeu a pena beber e curtir a banda com meus amigos e amigas, até chegar o momento da fila para pagar o caixa e ir embora.

Estávamos na fila, eramos em 5 pessoas, sendo 3 mulheres e 2 homens, eu estava na frente dos meus amigos, quando 3 rapazes tentaram cortar nossa fila, eu odeio essas coisas e de imediato já fui tomando a frente e impedindo eles de cortarem a fila, deixando claro que ninguém ali é trouxa e esta esperando e que eles deveriam esperar, logico eles ficaram irritados comigo e começaram a provocar meus amigos pelo fato de eu ser mulher e ter tomado a frente da situação, começamos a ignorar eles.

Para entenderem como era a fila, era uma porta que o segurança que estava na parte interna abria e fechava , logo o segurança não via o que acontecia ali na fila.

No stress da situação causada por eles tentarem entrar na frente da fila acabei passando meus amigos homens para frente, pois odeio brigas e queria evitar que eles acabassem caindo na provocação daqueles idiotas. Com isso o segurança foi colocando de 2 em 2 para dentro e eu fiquei sozinha atras da porta esperando minha vez, quando um deles começou a dizer e agora machona está sozinha ai, sem ninguém pra te proteger... eu continuei ignorando até que um colocou a mão na minha cintura dizendo: morena não vai falar com gente e minha atitude foi espontânea em retirar a mão dele de mim e pedir para eles pararem que eu não queria falar com eles e que não tinha dado intimidade para colocarem a mão em mim, continuaram falando e percebi que foram me cercaram ali na porta, e pedi pra eles se afastarem um deles começou a sorrir, virei para frente novamente e bati na porta para o segurança abrir e atitude desse imbecil foi colocar sua mão em minha bunda quase entre as minhas pernas  e apertou falando delicia eu sei bem do que você está precisando para se acalmar, quase fiquei louca e empurrei o babaca e comecei a gritar com eles, quando ai um rapaz percebeu o que estava acontecendo e foi me ajudar batendo na porta para os seguranças abrirem para me tirar dali.

Quando o segurança abriu e eu vi que estava ali longe daqueles caras cai no choro, ninguém entendia porque eu estava chorando, até que o rapaz que me ajudou disse 3 rapaz que estão na fila atras dela acabaram de encostar ela próximo a porta e um deles passou a mão nela sem consentimento dela, por isso ela está nervosa assim, os seguranças me levaram pra fora imediatamente e tentaram me acalmar junto com meus amigos, um dos seguranças era meu amigo e me dizia se eu queria fazer a reclamação na policia, pois se fosse em outro local, ou se eu realmente estivesse sozinha naquela situação indo embora o pior poderia acontecido.

Na minha cabeça eu não conseguia imaginar algo pior, pois naquele momento aquela situação já foi extremamente horrível para mim, me senti sendo encurralada, em um lugar publico, com 3 idiotas pensando em me assustar e sei lá o que mais eles pensavam, não quero nem imaginar. Para se eu pudesse ter voltado aquele dia e não ter saído, para não ter vivenciado aquilo. Não consigo descrever como me senti um lixo na frente dos 3, muito menos explicar o medo que senti em estar encurralada por eles.

Vou explica o que escutei dias depois de muitas pessoas até mesmo de "amigos" e "amigas" que me fez nunca mais querer contar isso a alguém:

Mulheres

- Eles eram gatos pelos menos???
R: Eles eram monstros, eram idiotas, eram filhas da puta.

- Mas você também provocou eles né, que custava deixa eles entrarem na frente ?
R: sim eu poderia ficar quieta, mas eu não sou assim, não sou deixar que as pessoas sejam desonestas na minha frente, e isso não é motivo para atitude deles e fim.

- Mas também com um bundão desse até eu ia querer passar a mão na sua bunda sem sua permissão só pela diversão!
R: Deveria rever seus conceitos , pois não pelo fato da minha bunda ser grande ou não que alguém tenha o direito de passar a mão nela para diversão, pois eu não me sinto como um parque de diversão de ninguém.

Homens

- Mas você pode ser menos marrenta né, imagina se os moleques caem na briga atoa por causa de uma passada de mão na bunda ?
R: na minha bunda é atoa, mas se fosse na bunda da sua mãe seria um absurdo né ?

- Os caras estavam bêbados releva eles, vai !!
R: Eu não tenho o direito de beber e brigar com um estranho, assustar ele, enfiar a mão no cú dele e depois dizer : Releva eu estava bêbada, foi só uma dedada. Não, não é assim que funciona.

- Já falei fica indo pra balada com roupa apertada chama atenção dos caras mesmo, e tem uns malucos que não aguentam a vontade de colocar a mão na sua bunda, até eu que te conheço a anos tenho essa vontade mas você não deixa, eu devia ser abusado como eles assim teria já matado minha vontade.
R: Vá se tratar você é imbecil como eles.

Um resumo, não a nada mais assustador quando as pessoas tratam sua situação de trauma como se fosse algo banal, muitas coisas mudaram em minha vida, em uma delas foi engordar, jamais quis sair sozinha novamente, não entro em filas de caixas se tiver filas, espero elas acabarem para pagar minhas comandas, se vou um supermercado fico sempre na frente do meu carrinho quando estou na fila para resumir tento me proteger o tempo todo, não me sinto mais bonita e sinto medo de ter um corpo bonito.

No fundo um dia eu já me culpei pela atitude imbecil deles. E não queria jamais ter passado por isso.

Hoje eu já vejo que eu estava certa em sentir nojo, e errada em não ter acionado a policia.

Eu tinha na época 19 anos , hoje tenho 32.

Vitima anônima.

Me senti :

 


     




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